Este é um relato verídico. Acreditem no que quiserem; acreditem no que não quiserem; não acreditem no que quiserem; não acreditem no que não quiserem. Eu estava lá, vi tudo e vou contar.
Inspirados pelo conceito do Big Brother, e numa desesperada tentativa de aumentar o coeficiente in da Looney Tuna – porque nós também nos preocupamos com isso -, um grupo de fogazes e vivazes rapazes partiu em direcção à aclamada vila portuguesa do concelho de Gondomar onde tudo pode acontecer – Melres, destino turístico privilegiado -, oficializando o primeiro retiro de Verão da TAFPCEUP.
Foram 3 dias que nenhum dos presentes irá esquecer e 3 noites que alguns preferem não lembrar. Uma mansão, 20 almas prontas a serem colhidas pelo Belzebu.
Enquanto o sol raiava, os jovens embrenhavam-se em actividades desportivas e repartiam as tarefas caseiras, cultivando o espírito de união e a coesão do grupo, entusiasmados com as aventuras que o futuro parecia embalar. Mal sabiam que o seu inocente espírito seria destroçado pela discórdia, que se apresentava figurativamente sob a forma de noite cerrada … Noite que espelhava a angústia de almas outrora joviais, agora importunadas e oprimidas.
Dos pontos mais relevantes, a ressalvar que
(i) Durante a viagem, congratularam-se as esquecidas máquinas de portagens, que, mantendo a sua característica incólume postura, tão bem fazem o seu trabalho, 24/7.
(ii) No primeiro dia, e sem qualquer pudor em dizê-lo, a Looney Tuna incorreu em práticas ilegais, que incluíram ignorar dois sinais de STOP (o que é muito bem feito, uma vez que as relações devem ser de reciprocidade e o STOP nunca fez nada por nós - estou disposto a discutir este argumento), cegueira temporária (à cor vermelha) e, o mais importante, etc.
(iii) A primeira noite foi fatídica: numa reviravolta de acontecimentos profética, quatro jovens sucumbem aos desígnios de um ser superior. Após fanicarem numa das divisões da mansão – devido a causa desconhecida -, acordaram inquietados, inscritos com estranhas pinturas rupestres – cujo autor permaneceu no anonimato.
(iv) Nessa mesma noite, por força dos acontecimentos que se sucederam, dois indivíduos abandonaram a casa, à socapa, por vontade própria; de momento, encontram-se a ponderar a prolongação do vínculo com a TAFPCEUP, proposta no início do Verão.
(v) No segundo dia, para colmatar as duas saídas, foram inseridos 3 novos elementos na casa. Se o leitor é dotado em Aritmética, repararou que, no início éramos 17, após o revés permanecemos 15 e, finalmente, contabilizámos um total de 18 indivíduos. Escusado será dizer que, com tais mudanças significativas, torna-se difícil gerir os recursos humanos à disposição. Todos nós somos humanos, de carne e osso. Todavia, o que sucedeu neste retiro demonstra que ‘’somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro’’ (Sigmund Freud).
(vi) Um elemento registou um novo recorde do Guiness, ao totalizar o menor tempo de sempre num retiro da Looney Tuna: 174 minutos. O mais engraçado é que tal feito ocorreu de forma inconsciente (avisaram-me para não fazer o trocadilho do ‘’inconsciente’’). Se querem saber porquê, perguntem-lhe; se querem saber se é verdade, perguntem-me.
(vii) O terceiro dia foi o último.
Por entre juras de amizade – e algumas de amor -, a Looney Tuna abandonou a casa. Nunca mais se tocou no assunto … Porque, entretanto, iniciou-se o período de férias e cada qual seguiu o seu destino. Mas para o ano estamos lá. Ou noutro sítio qualquer. Mas estamos. Ou estaremos.
P.S.: Caso queiram o relato in loco, na íntegra, dirijam-se à Sede da Looney Tuna, na República Checa. O transcrito acima é apenas um resumo. Com efeito, o original tem pormenores interessantíssimos e auxilia o leitor a ‘’compreender a multiplicidade de variáveis, os jogos de poder encobertos pela aparente relação de amizade e fraternidade’’ (Marcelo Rebelo de Sousa, 2012). No entanto, estejam dispostos a desembolsar uma amigável quantia monetária para obter uma cópia, ou, então, a tornarem-se accionistas da futura Associação. Pensem nisso ... Como Jesus pensou.